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Caminhoneiro que presenciou no acidente com 42 mortes diz escutar vozes

Caminhoneiro que presenciou no acidente com 42 mortes diz escutar vozes


Caminhoneiro que viu tragédia em Taguaí não consegue dormir: 'Escuto as vítimas gritando'





Uma semana depois da tragédia entre um ônibus e caminhão na rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, sobreviventes e outras pessoas envolvidas estão chocadas com as 42 mortes em Taguaí (SP). O caminhoneiro Tiago dos Santos, de 35 anos, trafegava pela rodovia e presenciou o acidente.





Segundo uma das hipóteses levantadas pela polícia para a batida, o motorista do ônibus pode ter tentado ultrapassar o caminhão que Tiago dirigia.





Ao G1, com exclusividade, Tiago contou que trabalha em rodovias há 15 anos e não tocou no volante do veículo desde a colisão no interior de São Paulo. Abalado, ele explica que irá procurar ajuda psicológica.





“Estou em estado de nervo. O barulho do ventilador em casa dá a impressão do acidente e parece que escuto as vítimas gritando. Não consegui dormir na noite passada. Presenciei uma cena de horror e minha mulher disse para eu procurar um psicólogo”, lamenta.





Uma perícia foi feita no local da batida e também no ônibus para identificar se houve falha no freio e se o motorista teria tentado desviar de uma colisão traseira, como alegou à polícia. A outra hipótese é que acidente ocorreu em uma possível ultrapassagem do ônibus pela carreta de Tiago em trecho proibido.





Segundo Tiago, que havia carregado pó de serra em Avaré e tinha como destino Ipaussu, a carreta trafegava a cerca de 70 quilômetros por hora quando viu o ônibus das vítimas ao lado. Na tentativa de dar passagem, ele jogou a carreta para o acostamento. No entanto, outro caminhão no sentido contrário não conseguiu desviar a tempo.





“Não sei falar o que aconteceu, se faltou freio ou tentou ultrapassar. Só escutei o barulho de pneu atrás e joguei para o acostamento quando vi o ônibus ao meu lado. A outra carreta estava na mão certa e fez de tudo para tirar”, lembra.





'Máquinas vazias'






A costureira Gabriela Cabral conta que costumava usar o ônibus que se envolveu no acidente. Na noite anterior, a moradora de Itaí resolveu dormir na casa do namorado, que fica mesma cidade da empresa têxtil, o que a livrou de ser uma das vítimas.





Ao G1, a jovem contou que precisou voltar ao trabalho na segunda-feira (30). Segundo ela, o retorno ao ambiente onde deveriam estar os amigos foi pesado.





“As máquinas das pessoas que perdemos [estavam] vazias. Não tinha como ficar bem. Preciso aguentar porque preciso do dinheiro e vou ficar na casa do meu namorado até colocar minha cabeça no lugar.”
Ainda de acordo com a jovem, horas depois do acidente, os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Avaré e seu nome chegou a ser citado na lista para reconhecimento. Todos que estavam ao lado do assento que ela costumava sentar morreram.





Perícia






A perita Karin Kawakami de Vicente explicou que a equipe foi ao local do acidente na segunda-feira (30) com um equipamento laser escâner 3D, que digitalizou a área.





Para o trabalho, a Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho precisou ser interditada. O trabalho começou por volta das 11h e durou cerca de três horas, na segunda.





"Ele [escâner] funciona emitindo feixes de laser de classe 1 milhão de vezes por minuto, e vai formando o que chamamos de nuvem de pontos, 360° na horizontal e também tem 3 câmeras que fotografam em HDR, para colorir a nuvem de pontos e formar as imagens 360° do local escaneado", explica.





De acordo com Karin, depois de feitas as imagens e montada a animação da movimentação, é possível colocar câmeras e gravar a visão de testemunhas e do motorista, por exemplo.





Fonte: G1


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